CAUSAS
Hepatite por vírus
A:
Esse
vírus é eliminado nas fezes e seu modo de transmissão é chamado fecal-oral, ou
seja, ingestão de água e/ou alimentos contaminados. Por isso, essa forma de
hepatite é bastante comum em países menos desenvolvidos e em locais com
precárias condições de higiene e saneamento básico. Acomete principalmente
crianças, na faixa etária entre dois e seis anos, mas qualquer indivíduo pode
ter a doença, caso ainda não tenha tido. Devemos ressaltar que quando os
sintomas aparecem, o vírus já está começando a desaparecer das fezes, isto é, a
fase de maior transmissibilidade já está terminando. Mesmo assim, recomenda-se
um período de isolamento (não ir à escola, creche, etc) de mais ou menos sete
dias, a partir do início dos sintomas. Em raros casos pode evoluir de forma
grave, com hepatite fulminante. Por isso, pode apresentar-se em surtos,
epidemias. Uma característica de extrema importância: esse tipo de hepatite não
se cronifica.
• Hepatite por vírus
B:
O modo
de transmissão desse vírus é através do uso compartilhado de seringas e agulhas
(entre usuários de drogas), relação sexual sem preservativo, acidentes
pérfuro-cortantes (como durante cirurgias) e durante o parto, quando a mãe pode
transmitir o vírus para o recém-nascido. Uma forma de transmissão comum no
passado era a transfusão de sangue. Na forma aguda, pode evoluir mais
frequentemente que a hepatite A com hepatite fulminante, podendo levar à morte.
Apresenta importante taxa de cronificação da doença, pois o vírus fica latente
no organismo, mesmo que o indivíduo não sinta sintomas. Assim, esse tipo de
hepatite apresenta evolução para cirrose e também para câncer de fígado. O risco
de cronificação depende da idade em que a pessoa foi infectada, de forma que em
adultos, mais ou menos 10% evolui para a cronicidade, enquanto em recém-nascidos
infectados durante o parto, essa taxa chega a 90%. Daí a importância do
acompanhamento pré-natal e da vacinação.
• Hepatite por vírus
C:
O modo
de transmissão é semelhante ao do vírus B, porém a transmissão durante o parto é
bem menor. Antigamente era considerada a principal causa de hepatite transmitida
por transfusão de sangue, mas atualmente existem exames bastante eficazes na
realização de triagem das amostras em bancos de sangue, o que diminuiu a
transmissão. Apresenta também potencial para desenvolvimento de formas crônicas.
• Hepatite por vírus
D: o modo
de transmissão é o mesmo do vírus B, e esse tipo de hepatite só ocorre em
indivíduos infectados pelo vírus B, pois o vírus D precisa dele para poder
multiplicar-se.
• Hepatite por vírus E:
o modo
de transmissão é o mesmo do vírus A. Ocorre em países menos desenvolvidos, em
formas de epidemias. Em grávidas, pode levar mais comumente a formas
graves.
• Hepatite
alcoólica:
relacionada ao uso abusivo de qualquer bebida alcoólica, sendo a quantidade
necessária variável de pessoa para pessoa. Quanto maior o tempo de ingestão,
maior o risco de hepatite e cirrose hepática.
• Hepatite
medicamentosa: o
desenvolvimento de hepatite pelo uso de medicamentos vai depender da dose
utilizada e da suscetibilidade individual. Vários medicamentos de uso comum
podem causar hepatite, como: paracetamol (o principal, especialmente na
Inglaterra), eritromicina, tetraciclina, anabolizantes, amiodarona (usado para
tratar arritmia cardíaca).
• Hepatite
auto-imune: uma
doença auto-imune é aquela na qual o sistema imunológico ataca células do
próprio corpo, causando inflamação. Por que isso ocorre não se sabe.
• Outras: doenças
hereditárias, como a hemocromatose (acúmulo de ferro no organismo), doença de
Wilson (acúmulo de cobre no organismo); acúmulo de gordura no fígado (esteatose
hepática) não relacionado ao álcool.
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